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CAMINHOS DE SANTA LUZIA

E DA LAVA SE FEZ VINHO...

  1. Freguesia:
    Santa Luzia
  2. Localização :
    Santa Luzia- Lajido
  3. INCLUÍDO NAS ÁREAS CLASSIFICADAS: Património Mundial da Humanidade – UNESCO
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A freguesia de Santa Luzia é o local onde se desenvolve este percurso que foi oficialmente sinalizado numa extensão total de 10,5 quilómetros.

O Percurso atravessa a PAISAGEM PROTEGIDA DA CULTURA DA VINHA, classificada de Património da Humanidade pela UNESCO, em direção ao Lajido, local onde são evidentes os elementos que sustentaram a atribuição desse título.

Começamos no entroncamento da Rua da Eira com a estrada, no local dos Fetais (Ponto 1). Desça por este caminho asfaltado, entre terrenos agrícolas com pinheiros bravos, ou pomares com de tudo um pouco: araçazeiros, ameixieiras, laranjeiras, oliveiras, nespereiras, vinhas, figueiras e castanheiros. Algumas plantas ornamentais como as hortênsias, as camélias e os malmequeres embelezam as extremidades dos terrenos.

 

Mas há mais…

Após 500 metros de descida, abandone o caminho, que o levaria ao Lajido do Meio, e siga por uma vereda à sua direita, bastante retilínea, que o levará até ao lugar do Lajido. Retilínea mas com um chão bastante irregular, esta vereda, sem a utilidade de outrora, fá-lo passar entre prédios agrícolas à procura de melhores dias. Aqui e ali, pedras dos muros juntam-se à rocha de lajido do chão. Mais adiante, são as agulhas dos pinheiros que forram o chão escondendo-o por completo.


 

Chega a uma renovada casa em pedra, com as típicas  pedras a segurar as telhas, onde a vereda se transforma num largo caminho de bagacina. Mais 250 metros, onde as vinhas se mostram agora bem cuidadas, e está nas primeiras casas do Lajido. Os muros, que estão fechados, numa conformação quadrangular, protegem a vinha.

 

Com as doenças que mais tarde se instalaram e iam debilitando a atividade e qualidade vitivinícola, começaram-se a plantar figueiras (protegidas pelos muros em meia-lua, que por vezes irá ver), servindo a aguardente de figo como produto de consumo direto mas também como aditivo no preparo de alguns vinhos.

 

Atravesse a estrada de asfalto e siga o caminho antigo  até junto ao mar. Veja bem o local onde se encontra, (chamemos-lhe Ponto A) pois terá que voltar aqui mais tarde. Agora, vire à esquerda,  pois é hora de visitar o Lajido (Ponto 2), antigo centro habitacional e agrícola, com elementos arquitetónicos bem preservados e melhor  recuperados.

 

Para além de um muito recente Centro de Interpretação, pode visitar casas, adegas, com os respetivos lagares e alambiques, armazéns, tanques de fermentação dos figos, o Solar dos Salgueiros, poços de maré, a Ermida de Nossa Senhora da Pureza e outras estruturas, tudo alvo de um cuidado plano de recuperação por parte da Secretaria Regional que tutela o Ambiente.

 

Terminada a visita ao Lajido, volte para trás, seguindo pelo litoral novamente até ao Ponto A. Aí, ao lado do caminho que o trouxe ao Lajido, vai encontrar uma antiga via de comunicação que ligava o caminho costeiro Lajido/Arcos a Santa Luzia. Faltam-lhe ainda 2.250 metros até à Estrada Regional.

 

Embora mais visíveis em alguns pontos, é possível observar-se em quase toda a sua extensão as rilheiras (Ponto 3), sulcos marcados no basalto, deixados pelos carros de bois que faziam o transporte do vinho. O rodar continuado de muitas décadas tornou possível perpetuar na rocha a mensagem dos tempos difíceis de então. Uma vida dura… mais dura que a rocha.

 

Com origem entre os séculos XVII e XVIII, este caminho (paralelo ou debaixo do atual), quase sempre bastante largo, com o pavimento na própria rocha natural ou com pequenas lajes em pedra, apresenta ao longo do seu percurso muros bastante altos, construídos em alvenaria de pedra seca, pontuados por ruínas de grandes portais e por algumas construções. Observando com atenção é surpreendente a forma como alguns dos obstáculos neste caminho eram ultrapassados.

 

Vai passar perto das ruínas do Forno dos Frades, com a sua imponente chaminé em pedra. Há quem diga que terá servido para a secagem dos figos, cuja produção está estreitamente ligada à da vinha. Outros referem que teria feito parte de um edifício de franciscanos, ligado à produção de vinho.

 

Chega a um entroncamento… continue a subir. Mais algumas rilheiras antes de nova bifurcação: siga em frente mais uns metros até ao asfalto da Rua do Lajido de Baixo.

Avance um pouco mais até surgir o início da Rua dos Arcos. Vire à direita e suba a canada em bagacina até à Estrada Regional, num cenário semelhante ao do início deste percurso. Chegará por fim à Estrada Regional (Ponto 4). Se deixou a viatura junto aos Fetais, então siga para a direita e irá encontrá-la.

 

Se optar por virar à sua esquerda, encontrará, 500 metros à frente, a Igreja de Santa Luzia. Deve seguir à direita. De acordo com a sinalização, o trilho prossegue em terra batida, por entre matas de pau branco, urze, e incenso, entre outros. Como pode observar no mapa, esta segunda parte do percurso é circular e termina na Igreja de Santa Luzia, por onde passou anteriormente.

 

Neste passeio advertem-se os pedestrianistas para não apanharem qualquer tipo de fruta… no entanto, se vir o dono é livre de a pedir, e certamente será recompensado.

PAISAGEM PROTEGIDA

DA VINHA

 

O verdelho do Pico, durante mais de duas centenas de anos, teve fama internacional, nomeadamente em Inglaterra, Américas e Rússia onde terá chegado à mesa dos Czares. Dessa intensa atividade, demonstrando uma perfeita adaptação do Homem ao meio, ficou um importante património histórico-cultural, onde se salientam típicas edificações como: solares, adegas, armazéns, poços de maré, rola-pipas, portos, casas conventuais, ermidas, entre outras estruturas.

 

Em 1996 foram classificados pelo Governo dos Açores, como PPIRCVIP – Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, 987 ares, rodeados por outros 1 924 ares de zona tampão. Mais tarde foi candidatado à UNESCO um conjunto das áreas mais representativas, em exploração vitícola, em fase de requalificação ou abandonadas, que mostrassem a diversidade de edificações e estruturas produtivas, exemplares na sua adaptação ao acidentado do relevo, à qualidade do solo, e à exposição aos agentes climatéricos.

 

A aprovação como Património Mundial da Humanidade veio em julho de 2004, sendo posteriormente criado um Gabinete Técnico que, após avaliação da realidade existente, definiu objetivos e implementou um plano de gestão integrada que permitiu proteger esse importante património, impedir o desaparecimento desta atividade e sensibilizar a população.

 




  1. Extensão:
    10.5
  2. Duração Média:
    03:00:00
  3. Grau de Dificuldade:
    médio
  4. Tipo de Caminho:
    Caminhos de lava e asfalto
  5. Declive:

  1. Quando Visitar
    Caminhos de lava e asfalto
  2. Homologado
    Sim
  3. Sinalizado
    Sim
  4. Interesse Natural
    Formações Geológicas
  5. Proprietários
    Caminhos Públicos
  6. Entidade Responsável
    Associação Regional de Turismo e Associação "Os Montanheiros"